E de repente, quando íamos partir para Nuku-Hiva, o Benyleo não obedeceu!
O Armindo não demorou muito a perceber que tínhamos perdido uma hélice. Lançamos novamente âncora ao mar. O vizinho do lado, Henrico, disse-nos que já tinha perdido duas naquele sítio e que nem mergulhadores de garrafas as tinham encontrado. O mar, que ali costuma ser acastanhado, devido ao ribeiro que desagua naquela baía, estava castanho escuro e cheio de madeira, pois no dia anterior tínhamos sido fustigados por chuvas torrenciais. Nem a tentamos procurar… No dia seguinte, aparece um Lagoon com duas hélices suplentes, vendeu-nos uma – SORTE! por não termos de esperar pela peça que teria de vir de longe.
Percebendo que haviam outras reparações a fazer, além da colocação da hélice, o capitão decidiu que o Benyleo iria a terra por 4 dias. Mas os barcos são filhos caprichosos, ficamos 11! Dias de muito trabalho, muito calor, com um mar cheio de tubarões e a terra apinhada de mosquitos!… A ilha, que na primeira semana se mostrou um sonho, nas três seguintes começou a revelar-se um martírio. O que nos ajudou a equilibrar esta balança foram os amigos, os de sempre, e os novos que se foram fazendo por aqui. No estaleiro, todos estão com problemas e a pagar bem para ali estar. No entanto, todos mostram ter tempo para os vizinhos, todos se querem conhecer e ajudar. E ver nascer novas amizades é ESPECIAL!
Os suecos de 20 anos que construíram um leme de raiz com a orientação do mestre Armindo!
Kris e Sabrina. Ele é metade brasileiro, metade americano, ela é metade francesa e metade americana. Contam as suas histórias no www.greencoconutrun.com.
Vania, o esloveno, sempre atento e rápido na ajuda, depois de 2 meses de reparações, partimos no mesmo dia!
Da esq para a dta: Henrico, o italiano que está nesta baía em reparações há 6 meses, Armindo em reparações há 1 mês, Frank e Jonh, ambos ingleses. John está no estaleiro há meses à espera de peças.
Conner e Dylan, os amigos australianos
Danny, o americano que mora nesta baía há 3 anos. Pelas 16h gosta de uma bela conversa e partilhar uma cerveja.
Partimos em breve e vem-me à memória a partida de Portobello, onde também ficamos cerca de 1 mês a amizidificar, e quando zarpamos, os outros barcos despediram-se a apitar com fortes buzinas e acenar com sorrisos sinceros. Aquece-nos o coração!!!
Ainda há quem duvide que o melhor da vida são as pessoas?!
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