Ficou tudo tolo?
Se há coisa que prezo muito é a liberdade de expressão, mas também o direito que tenho à indignação.
Esta imagem será um cartaz a lançar pelo BE, segundo notícia do Público
Da minha parte, não sou a favor da adoção de crianças por casais do mesmo sexo e resumo no único pensamento que as crianças estão em primeiro lugar e merecem uma vida normal, como todas as restantes. No entanto, respeito outras opiniões e até aceito alguns argumentos.
Agora, após a coisa estar resolvida no Parlamento, vir o Bloco de Esquerda, que para mim nunca passaram de uns meros agitadores politco-sociais, comparar o incomparável, faz-me pensar que o mundo ficou mais louco do que estava.
Se o BE quer ser respeitado no cenário politico nacional e tanto apregoa o direito à liberdade e diferença, no meu entender, a ultima coisa que deveriam fazer é entrar pelos campos da liberdade e crenças religiosas de cada um, usando, abusivamente, uma falsa imagem para proveito próprio e de uma forma perfeitamente gratuita. A igualde é precisamente o respeito pelo espaço de cada um, e neste caso, o meu espaço espiritual está a ser alvo de oportunismo politico, coisa que não aceito.
Gostaria de explicar às cabeças pensantes do BE que também tenho dois pais, sendo um espiritual e o outro biológico. Nenhum deles é casado com o outro, e um deu-me o privilégio biológico de viver neste mundo e o outro o espiritual, segundo as minhas crenças religiosas. Este facto, não me faz concordar mais ou menos com a adoção por parte de casais gays já que não há qualquer relação. Se a lógica fosse esta então como Romeiro passaria a ser herdeiro legal de todos os meus irmãos romeiros.
Se a ideia era agitar as águas, julgo que apenas estão a criar antipatias num país maioritariamente cristão, e mais grave, de forma gratuita.
Querem ser levados a sério? Tratem os assuntos de forma séria e com inteligência.
Respeito as opiniões diferentes pois todos temos direito à nossa. Nem estou aqui para deixar a minha sobre a adoção.
José Pacheco diz e muito bem que “a igualdade é precisamente o respeito pelo espaço de cada um” e, se me permite, até acrescento que a liberdade de um termina quando este invade a liberdade do outro. Se realmente acredita no que disse, creio que quando refere que “as crianças (…) merecem uma vida normal”, perde toda a razão ao dizer que os casais do mesmo sexo não têm uma vida normal.
Acho que hoje em dia as pessoas deixam de viver a sua vida para viver, discutir e decidir a vida dos outros. Não está certo. É tudo uma questão de liberdade e de igualdade.
Contudo, concordo que talvez não foi a melhor forma de publicitar a nova lei, comparando-a com a religião.